O que é o spread

O que é o spread?

Segundo o Banco de Portugal, o spread é "uma componente da taxa de juro, definida pelo banco, contrato a contrato, quando concede um empréstimo".

Numa definição simples, o spread não é mais do que o lucro do banco quando concede um empréstimo.

O banco tem o objetivo de obter lucro através de empréstimos aos seus clientes (entre outros).

Para poder emprestar terá de se financiar junto de diversas fontes como sendo acionistas, clientes (depósitos à ordem e depósitos a prazo) ou mesmo pedindo dinheiro emprestado a outros bancos e investidores.

Ao financiar-se junto destas fontes irá ter de suportar um custo que passará para os seus clientes, em forma de taxa de juro.

Taxa De Juro = Custo do Dinheiro + SPREAD

Ao custo suportado acima é somada uma margem de lucro que possibilitará compensar o banco pelo risco que assume e obter os níveis de retorno que pretende.

O resultado será igual à taxa de juro que o cliente suporta nesse empréstimo.

 

Como é definido o spread?

A taxa de juro que o cliente suporta irá depender do risco da operação.

O banco quer limitar o seu risco ao mínimo, mas tem de fazer face à concorrência.

Assim, a avaliação de risco tem de ser rigorosa e enquadrada com os valores de mercado.

Logo, existirá uma relação imediata entre o risco da operação (e garantias oferecidas) e o retorno que o banco irá exigir.

Assim, o spread é sempre determinado pelo banco que concede o empréstimo em função de vários indicadores:

  • Natureza da Operação/Finalidade do Crédito
  • Avaliação do perfil e definição do risco de crédito do cliente
  • Valor do empréstimo
  • Relação entre o valor do empréstimo e a avaliação do bem a dar como garantia
  • Contratação, por parte do cliente, de produtos extra ao crédito (seguros, cartões de crédito, depósitos a prazo)
  • Capacidade negocial do cliente ou do intermediário financeiro que o representa

 

O banco pode aumentar o meu spread?

Tal como o Banco de Portugal refere, a "renegociação (do spread) depende, (…) do comum acordo entre o cliente bancário e a instituição de crédito".

Assim, o banco não pode alterar o spread sem consentimento do cliente salvo, por exemplo, nas seguintes exceções:

  • Incumprimento de prestações associadas ao empréstimo
  • Deixar de subscrever pelo menos um dos produtos ou serviços previstos no contrato inicial para beneficiar de um spread mais reduzido, por exemplo seguros, deixar de ter o(s) vencimento(s) domiciliado(s) ou cancelar o(s) débito(s) direto(s) associados à conta.

 

Posso negociar o spread associado ao meu contrato?

Pode e deve fazê-lo, se o seu spread estiver acima do que pensa ser o valor praticado no momento.

A negociação é tanto mais fácil quanto melhor for a sua relação com o seu banco.

A contratação de produtos e/ou serviços adicionais podem permitir também baixar o seu spread.

No entanto, é necessário perceber se os custos com estes produtos compensam a redução do valor do spread.

Atendendo a que neste momento a maioria dos bancos está a praticar um spread abaixo dos 2%, se o seu for superior é a altura ideal para iniciar a negociação.

 

Dicas para baixar o spread

Assim, e tendo sempre em mente as recomendações feitas e os diversos fatores que podem influenciar o spread, veja algumas dicas para poder baixar o spread do seu crédito habitação.

 

1. Subscrever produtos ou serviços

Esta é uma das formas mais comuns de conseguir uma redução do spread.

Pode negociar com o seu banco a contratação de seguros, a subscrição de cartões ou, até, algo mais simples como a domiciliação de pagamentos, isto é, pagar as contas por débito direto a partir da conta associada ao crédito habitação.

Mas tenha em atenção que os produtos ou serviços a subscrever devem preencher uma necessidade sua para que não tenha que cancelar a sua subscrição e pôr em causa o spread obtido.

 

2. Dar uma entrada maior

Se ainda está na fase inicial da contratação de um crédito habitação, tente juntar mais dinheiro para conseguir dar uma entrada maior.


As regras do BdP impedem os bancos de conceder empréstimos para o valor total da casa.

Ou seja, poderá ter um crédito para 80% ou 90% desse valor - ou menos -, o que quer dizer que tem de ter o restante para dar de entrada.

Quanto maior for a entrada inicial, menor o valor do crédito que o banco tem de lhe conceder. Logo menor é o risco e, consequentemente, menor será também o spread.

 

3. Ter uma taxa de esforço reduzida

A taxa de esforço, ou seja, a percentagem do seu rendimento necessária para pagar a prestação do crédito é um bom indicador da sua saúde financeira. Porquê? Se mais de metade dos seus rendimentos são para pagar a prestação da casa, é provável que ou não consiga obter crédito ou, se já o tem, que possa vir a ter problemas para o pagar.


Quando a taxa de esforço é elevada, bastará uma situação de doença ou de desemprego para desequilibrar todo o orçamento familiar.

Isto significa que o crédito é mais arriscado para o banco; logo, é muito provável que não consiga um spread baixo.

Se a taxa de esforço for inferior a 35% (o que vai ao encontro das recomendações do BdP), o spread pode descer.

Se for ainda menor, mais condições terá para negociar no sentido de baixar o spread do seu crédito habitação.

 

4. Dar mais garantias

A diminuição do risco associado ao empréstimo também pode ser conseguida se tiver um fiador ou apresentar uma garantia adicional.


Ainda assim, e dado que estas opções encerram algum risco para si e para os fiadores, deverá ponderar bem a situação.

 

Baixar o spread do crédito habitação é possível, mas deve ser uma decisão tomada com base na análise, comparação e ponderação de vários fatores.


E se não conseguir fazê-lo agora, pode esperar por uma ocasião mais oportuna.

 

Fontes:

https://www.acp.pt/

https://reorganiza.pt/

https://www.santander.pt/

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